"Atire a primeira pedra" aquele que ainda não passou pelas chamadas "crises da vida cotidiana"!
Não adianta nos escondermos de nós mesmos. As crises são os impulsionadores da vida humana que nos levarão à busca do autoconhecimento.
Preciso te dizer, o que já foi dito por milhares de filósofos, por renomados pesquisadores, por poetas, por estudiosos do desenvolvimento humano, por diferentes correntes religiosas e/ou espiritualistas.
Tudo que existe dentro vai se manifestar fora. Tudo que existe acima, também existe abaixo. Tudo é energia circulante, cujo movimento nos afeta a todos.
Portanto, há que se parar para abrir um espaço de escuta interior. Um espaço para o Sentir. Nós, enquanto humanos e inteligentes, somos dotados de muitas capacidades intelectuais; atingimos um patamar esplêndido em várias áreas do conhecimento. No entanto, à medida que crescemos no campo racional, intelectual, e tecnológico, nos distanciamos e nos perdemos de nós mesmos.
É estritamente necessária a reflexão sobre o "humano" em nós que se deixou levar pelo sistema capitalista, pela sociedade da imposição do que, supostamente, é certo ou errado e que determina padrões totalmente enquadrados numa caixinha que vai servir como modelo ideal para todos as pessoas.
As supostas crises "desestruturantes" da vida acontecem para acordarmos, para despertarmos para algo que ainda não foi visto, não foi compreendido, sentido internamente. Perdemos nossos referenciais de segurança, nossas bases, nossos valores, nossa verdade interior. Nenhuma resposta que vier do externo, será, de alguma forma, sentida como a sua verdade; aquela que corresponde à sua experiência de vida.
Carl Rogers, autor da psicologia humanista, tem uma frase, que considero uma das mais tocantes ao meu Ser:
"A minha experiência é autoridade suprema".
Nada e nem ninguém podem te apontar o caminho. Ao contrário, este caminho é pessoal, solitário e intransferível. É caminhando que se faz este caminho. E neste processo, passo a passo, podemos construir o mundo que queremos viver; ou seja, tanto para mim, quanto para o outro.
Somos seres de relações, e só nos relacionamentos abrimos todas as possibilidades para crescermos. É preciso coragem para olhar para nossas dores mais profundas, nossos sentimentos reprimidos e suprimidos, quebrar as resistências e se entregar num processo de autoconhecimento.
É um processo doloroso, muitas vezes, mas também muito produtivo e saudável.
A conexão com a resistência tem a ver com nossos medos de enfrentar a dor. É uma forma inconsciente e primitiva de salvaguardar a própria vida dos traumas e conflitos vividos na infância. E, de repente, o "temporal" surge e a pessoa se vê em turbulências e conflitos interiores sem fim, esta se sente como se tivesse caído num abismo que ela própria construiu, por não se permitir olhar, sentir, muito mais do que somente racionalizar.
As resistências merecem respeito; no entanto, deixar as mesmas é abrir mão do controle, e, só então, abrimos uma "porta" para a cura interior.
Somente num espaço seguro em um processo psicoterapêutico é possível "Sentir" o corpo, podendo sair deste lugar de controle, de sofrimento causado pelo (ego) e ganhar liberdade de Ser e Existir, tal como É.
"Quando me aceito como sou, posso então mudar". (Carl Rogers)
Texto de: Ana Maria Favero Martin
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