Muitos são os emaranhamentos que permeiam um relacionamento de casal. Sim, cada um, enquanto homem e mulher, advindos de uma determinada família, traz em sua trajetória um arcabouço diferente de valores, de crenças, de cultura perpassados ao longo de muitas gerações. Estamos todos atrelados inconscientemente a essa história que é particular de cada família.
Vamos então, para nossos relacionamentos com uma "lente ofuscada", ou seja, o que vemos no Outro não é o real e sim uma imagem distorcida do que gostaríamos de receber de nossos companheiros.
Vivemos por anos a fio, "dando murros em ponta de faca" fazendo de tudo, e mais um pouco, para mudar o Outro.
É claro, um dia não suportamos mais, pois, todos estamos aqui para crescermos, evoluirmos e sermos felizes. Sim, podemos ser felizes aprendendo a nos amar e nos respeitar em primeiro lugar; só assim, conseguiremos olhar para o Outro como realmente este é, e aceitá-lo, isto é, com sua diferença.
Quando a separação se faz necessária para o casal é imprescindível que não procurem culpados. A dor de não terem conseguido ficar no relacionamento já é grande o suficiente, não há necessidade de acusações de um para o outro. O luto possibilita essa separação.
Importante os dois olharem nos olhos, um do outro, com respeito pelo tempo vivido, pelos filhos que vieram do amor até então, e seguir cada qual seu caminho.
Bert Hellinger conta uma história bem interessante como exercício para aqueles que, supostamente, precisam passar pela separação:
"Um homem e uma mulher seguem felizes o seu caminho.
A sua mochila está carregada de coisas boas e eles passam por jardins em flor e árvores repletas de frutos maduros. O sol brilha e eles estão felizes.
Então, o seu caminho os conduz para uma montanha, as coisas se tornam mais difíceis e parte dos mantimentos que eles levaram é usada.
No meio do caminho um dos dois se senta e está exausto.
O outro ainda continua um pouquinho, então os seus mantimentos acabam e ele se senta. Os dois olham para o vale, onde tudo foi tão bom - e começam a chorar".
Como chega essa metáfora em seu coração agora? Já passou por alguma situação parecida? Como se sente hoje?
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O relacionamento de casal pressupõe muito crescimento para ambos. Há que se ter equilíbrio na relação no que se refere ao dar e receber. É como uma balança; um não pode dar mais que outro, pois, se isso acontecer, a "corda se romperá" em determinado momento. O sofrimento será maior ainda, e exigirá muito de ambos, se envolver a existência de filhos no casamento. Por isso, se você está passando ou passou por situação parecida, busque ajuda terapêutica. O autoconhecimento é primordial para a cura de todas as dores e perdas afetivas. Busque terapia. Fico à disposição. Obrigada.