"O Eu Crítico"

" O crítico interno é como um pedaço de espelho que nos faz ver um quadro distorcido" (Helena Frezza)

O "Eu Crítico" é um termo usado por Eugene Gendlin - filósofo e psicoterapeuta austríaco, para falar das "críticas internas" que estão, na maioria das vezes, invalidando nossos potenciais, desejos, sonhos, capacidades, e que nos colocam "presos", "congelados", inertes para qualquer nova ação que nos traga alegria e plenitude para a vida pessoal, de trabalho e de realizações. Na psicanálise, é chamado de Superego, ou seja, aquela voz que determina; que julga e que impõe a "Lei", o "certo e o errado".

O "Eu crítico está diretamente ligado às resistências que congelam as pessoas em seus medos, seus sentimentos de menos valia, de incapacidade, de baixa autoestima, depreciação de si mesma. As partes internas ficam "brigando" o tempo todo; uma parte diz que quer fazer determinado projeto e a outra vem com sua perspectiva negativa incitando diferentes pensamentos que invalidam qualquer passo que a pessoa queira dar.

A Psicologia Humanista - ACP - Abordagem Centrada na Pessoa e a Focalização com a qual eu trabalho, e, com as atitudes (técnicas) que validam meu trabalho, por meio da empatia profunda, a aceitação incondicional pela pessoa do cliente em terapia, faz com que as pessoas, aos poucos, vão quebrando suas barreiras internas e vão se "desarmando" de seus medos, suas tensões e preocupações com julgamentos e críticas internas e externas e, desse modo vão abrindo espaço para esse novo "Eu" - uma pessoa autônoma que vai surgindo ao longo do processo terapêutico, abrindo novas perspectivas, ganhando forças e adquirindo liberdade e autorresponsabilidade para desenvolver-se tal como deseja Ser.

A primeira coisa a se fazer é separar o Eu da voz do crítico interior.

O crítico interno é uma voz severa, sem compaixão, que julga e ataca a própria pessoa.

Exemplos de algumas vozes: "Você não vai conseguir". "Isso não é para você". "Ah! Você sabe que não tem competência para isso". E, por aí vai.

Vivemos certos limites, que, muitas vezes tem a ver com ideias e ideais, crenças, valores da própria família. Vozes que criam um ataque ao psiquismo; leis psíquicas que ordenam nossa intimidade. Muitas vezes, em nossa tenra infância e ao longo da vida com nossos pais e/ou cuidadores, ouvimos frases como: "Você não deve demonstrar fraqueza; você é um homem".

"É muito feio ser egoísta". "Nossa, mas como você é frágil; chora a toa"!

A pergunta que fica é: "Por que eu não posso ser egoísta?" "Não posso pensar em mim?" ou, "Por que não posso me sentir inseguro?" ou ainda, " Por um acaso, eu tenho que ser forte o tempo todo?" - "Por que não posso ser uma pessoa frágil?"

O caminho da liberdade está no autoconhecimento por meio de um processo psicoterapêutico - para de alguma forma, negociar com essas vozes para proteger nossas experiências que foram proibidas e censuradas por nossos pais, professores e cuidadores.

A Dinâmica do Crítico - Elas são aceitáveis ou inaceitáveis mesmo que eu não entenda.

Ex: "Deus" - "Será que Ele existe?"

A pessoa passou mal, pois se culpava por pensar isso. Era como se estivesse "errando" por cogitar a inexistência de Deus.

A pessoa estava brigando com ela própria porque achava que era inadmissível não concordar com aquele pensamento de dúvida.

Esses são exemplos trazidos em psicoterapia que nos mostram o "Eu Crítico" ou "Crítico Interno" que surgem em pensamentos em nossa psique.

Há que se conhecer também, o "Observador de si mesmo"!

O Eu Observador vai ficar atento a essas duas partes: o pensamento de dúvida e a parte que critica.

Texto e imagem de Ana Maria Favero Martin

Gostou dessa informação? Fique atento/a ao próximo texto - continuaremos falando sobre o Crítico Interno e o Observador de Si Mesmo.

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