"Para o ser humano o primeiro desafio é sobreviver, o segundo é conviver. Essa é uma condição inexorável da existência."(Sylvia Palma)
A existência humana é permeada de relacionamentos de todas as ordens; familiares, amorosos, de trabalho, amizades. No entanto, é no encontro com o outro que nos vemos impelidos a crescer em todos os sentidos, sendo o mais profundo e necessário para a paz interior - o espiritual.
Somos seres únicos, em patamares de evolução de consciência muito diferentes. A Vida não tem pressa, mesmo porque ela nos dá o livre-arbítrio para galgar um novo degrau, um novo passo, no exato momento em que sentimos esse desconforto que nos impulsiona, gradativamente, para o mais. Esse "mais", que é um lugar de necessidade de enfrentar novos desafios, de fazer novos movimentos, de encarar a si próprio e avançar na Vida.
Desafios nos fazem crescer; embora, por vezes, extremamente dolorosos, nos empurram "ladeira abaixo" para aprendermos algo muito valioso, mas que ainda não sabemos o que é. Para toda oportunidade na vida podemos fazer escolhas, ou não. Se escolhemos determinado caminho, teremos um resultado; se optarmos por outro, consequentemente, teremos outro resultado e se preferirmos não escolher nenhum dos caminhos, também é outra escolha. Como percebemos, é sempre nossa escolha; não tem como projetar - julgando, apontando o dedo - a projeção nos isenta de responsabilidades que nos pertencem.
Nos relacionamentos nos permitimos fazer e desfazer "laços", bem como os "nós" da relação. Conviver é sempre uma oportunidade de conhecer e reconhecer, em primeiro lugar, esse "outro" que nos habita com suas qualidades e suas dificuldades no momento presente, para poder então, com compaixão, se abrir para conhecer o "Outro" - a pessoa com quem nos relacionamos e que como nós também tem seus pontos positivos e outros negativos. Estamos todos numa escala evolutiva existencial.
Para convivermos é necessário, a cada um, seu próprio autoconhecimento, para então, podermos somar na relação com o outro. É necessário ocupar espaços e estabelecer limites nas divergências. Se conseguirmos manter um estado de consciência presente, sem deixar que o ego inflamado tome a rédea e parta para a luta de poder na relação, só então, poderemos ter uma convivência salutar, com respeito e harmonia, acolhendo as dificuldades e vulnerabilidades de cada um, transformando os atávicos "nós" em "laços" afetivos de compaixão.
Olhar nos olhos, perguntar sobre as necessidades do outro, abrir um espaço de diálogo sincero e amoroso para escutar, perceber, ou até mesmo perguntar ao outro como este acha que poderia ser feito para a relação ser mais leve e salutar, uma vez que estamos a caminho e em busca de nós mesmos. Dois inteiros somam na relação, enquanto, duas pessoas sofridas, exigem do outro a cura de sua própria Alma.
Lembremos que: " Esse caminho é pessoal e intransferível." Que possamos ir além de nossas próprias carências e nos dispormos a somar uns com os outros.
Texto: Ana Maria Favero Martin
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Perceber que os "nós" sempre são muito dolorosos e que se abrirmos espaço para refletirmos sobre o respeito e a comunicação assertiva diante dos conflitos e nos diferentes relacionamentos, pode nos ajudar a construirmos melhores possibilidades de comunicar nossos reais sentimentos e dificuldades enquanto seres humanos. Laços são sempre muito mais leves e compassivos quando se constrói juntos. Tente; faça acontecer!
A riqueza da vida está em nos percebermos centelhas de um mesmo Pai, e como tal, seres encarnados em evolução neste planeta terreno. Abraçar e acolher nossas sombras nos fortalecerá para essa linda jornada que é estar aqui vivo por dádiva de nossos pais que permitiram o nosso nascimento; essa grande oportunidade de alavancar um pouco mais nesta caminhada. Que possamos, a todo momento, buscar mais e mais nosso autoconhecimento, principalmente, num processo psicoterapêutico, cujo profissional da área está habilitado para nos ajudar. Confie e busque. Não desista de você!